FRUTUOSA A ESPOSA AMOROSA

FRUTUOSA A ESPOSA AMOROSA

À memória de meu querido e eterno Mauro Teixeira coloco um pouco do que foi nosso início:...  

Meu casamento!

Que alegria!
Preparativos do enxoval feitos por mamãe, Tia Lalá (Amélia Rebelo Torres) e
cunhada Nilda Vasconcelos, todas mãos de fada. 

 Quanto gasto... Meus pais não eram ricos, mais faziam tudo o que era preciso. Tinha o Cabo Jorge (Jorge Rebelo, meu irmão), que era bancário e estava sempre dando
sua contribuição. O vestido, costurado por Selva, costureira exímia da
redondeza.  

Três dias de festa, gente
muita, dança à noite toda. Chegou a hora de partirmos para a Fazenda Vera Cruz.
Cavalos selados, chuva, lama e aquele Deus nos acuda. 

Então mamãe me chamou para o quarto e me deu uma nota de mil réis (muito dinheiro) e disse: “– Tome, é o que seu pai e eu podemos lhe dá. Para você amanhã não pedir logo a seu marido”.
Como fiquei emocionada e grata. Abracei-me a ela e chorei muito. 

 Todo ano mamãe passava uns 15 dias, ou um mês, comigo, na Vera Cruz, pois nascia sempre um menino. Não era só comigo que ela fazia isso não... Era com todos, assim precisassem.  

 E a estada dela nos invernos lá em casa. A maior festa. Nossas casas (Vera Cruz e
depois Maceió) sempre estavam com visitas. Quando não tinha o que fazer,
emendava retalhos para fazer colchas e lia os livros Bárbara e Sabrina, que Pedro levava. Ela dizia: “– São as mesmas coisas; só mudam os nomes dos personagens”. Pela noite contava estórias de trancoso para os meninos (meus
filhos); como gostavam!... 

 E assim era a nossa vida, cheia de coisas boas com papai e mamãe, Mauro e meus filhos e sogros, meus tios Chico e Marinita. Toda a família..  

   ..... Quando me casei e fui morar longe deles, uns 3 Km,
oh! Que saudades!... Quase todo dia ia à Medina, comer jaca, goiaba, jambo e
caju, que guardavam para mim, e assar castanhas, à sombra do pé de juá,
relembrando o tempo de solteira. 

 Já com os filhos, ao chegarmos na Medina, papai fazia cavalos de pau e eles saíam montados, galopando, esporando e riscando, que nem sentiam a viagem. 

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